quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Novo 'Call of Duty' se torna fenômeno

O mais recente fenômeno do entretenimento não se trata de um filme, um novo CD ou um recente programa da televisão.

O que tem chamado a atenção no mundo da cultura pop é o jogo Call of Duty: Modern Warfare 2 (R$ 249), novo capítulo da respeitada e popular série de guerra Call of Duty.

Lançado no fim do ano passado para as plataformas Xbox 360 e PlayStation3, vendeu em seu primeiro dia nas lojas 4,7 milhões de unidades ­ isso somando apenas o mercado dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.

Foram as melhores 24 horas de qualquer produto lançado pelos diferentes meios de entretenimento (para se ter uma ideia, o Blu-Ray de Batman - O Cavaleiro das Trevas vendeu 600 mil unidades, rendendo no mesmo período US$ 21 milhões; e o livro Harry Potter e as Relíquias da Morte - último da série - vendeu 11 milhões de cópias e rendeu US$ 207 milhões), com a produtora norte-americana Activision embolsando do dia para a noite receita de US$ 310 milhões. Nos primeiros cinco dias os números chegaram a US$ 550 milhões. Hoje, a marca atingida passa do US$ 1 bilhão - e contando.

Segue o trailer.



Mas o que torna o game tão chamativo? "Call of Duty é uma série de prestígio desde quando nasceu, em 2003. O grande atrativo é o fato de tomar a pele de um soldado em meio à uma guerra fictícia que é, ao mesmo tempo, muito ligada à realidade", explica Flávio Croffi, jornalista especializado em games. "O fenômeno se deu muito pelo seu marketing, juntamente com o sucesso que o título anterior da série obteve".

No game em primeira pessoa, o jogador comanda personagens que viajam pelo mundo por paisagens como Rússia, Estados Unidos, Afeganistão e Cazaquistão, além de visita à Estação Espacial Internacional, em combates de guerra.

O jogo demorou dois anos para ser elaborado e custou mais de US$ 50 milhões para ser produzido. Ele contou com a participação de uma equipe com cerca de 100 pessoas. Esse número refere-se apenas aos envolvidos na parte eletrônica, sem levar em conta, por exemplo, integrantes do projeto relacionados a dublagem dos personagens e o compositor alemão Hans Zimmer, ganhador do Oscar de melhor trilha sonora por diversas vezes, que desenvolveu composições exclusivas para o projeto.

"É um jogo de guerra como qualquer outro, mas com uma atenção e verba excepcionalmente grandes dedicadas a roteiro, dublagens e design, entre outros elementos", diz Fabio Bracht, editor do blog Continue, destinado ao mundo dos games.

O grande investimento na sua produção se reflete na forma como o universo dos games é visto nos dias de hoje. O setor ganhou respeito e move bilhões de dólares anualmente. A chegada da recente geração de videogames foi fundamental para o bom momento do mercado e, em especial, do jogo em questão. "Essa é a geração de mais sucesso, mais marketing e mais dinheiro rolando. Ela conta com técnicas fantásticas de gráficos e de reprodução de um enredo jamais vistas", comenta o jornalista.

Além de todo o fenômeno envolvendo Modern Warfare 2, chama a atenção o fato de que uma das fases se passe no Rio de Janeiro. O objetivo é subir determinada favela carioca em busca de terroristas estrangeiros escondidos no local. A participação do cenário nacional tem causado diferentes reações.

Segundo Croffi, os fãs não ligam para esse tipo de 'homenagem' e estão mais preocupados em se divertir em qualquer campo de batalha. Já Bracht vê com bons olhos a iniciativa. "O brasileiro se sente excluído do mundo dos games. É sempre uma boa sensação quando um jogo, principalmente um desse porte, traz a imagem do Cristo Redentor ao fundo e alguns personagens falando em português."

Resta saber se os cariocas gostaram ou não de sua participação. Reza a lenda que eles se sentiram ofendidos por mostrarem apenas as coisas ruins que ocorrem nas favelas. Mas assim como foi com o episódio dos Simpsons que satirizou o cenários brasileiro, parece que a população ainda não está preparada para rir de si mesma. Mas quem sou eu para falar de conceitos e pré-conceitos?

See You in The Other Post

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

WTF Awards Especial Ano Novo


O Sketchtrash e o WTF Awards deseja a você um feliz ano novo!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Crumb apresenta sua versão da Bíblia


Ano Novo chegou!!!!! Ótimas coisas para todos e nada melhor do que começar 2010 com um dos mais comentados lançamento do último ano.

Se Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, Robert Crumb criou a Bíblia de acordo com sua imaginação e criatividade. O veterano desenhista norte-americano tem chamado a atenção do mundo com o lançamento de Gênesis (Conrad Editora, 225 págs., R$ 49,90), sua versão em quadrinhos para a primeira parte do livro cristão.

Apesar de tratar-se de uma adaptação em formato de HQ, o autor fez questão de manter o texto original em seu projeto, que demorou quatro anos para ser finalizado.

"Todas as outras versões em quadrinhos da Bíblia que vi contêm passagens com narrativas e diálogos completamente inventados, numa tentativa de 'modernizar' e deixar mais 'dinâmicas' as velhas escrituras", justifica Crumb (abaixo), na introdução, sua opção pelo texto original.


(Reza a lenda que ele, na verdade, não tinha essa adaptação como projeto pessoal, mas sim foi lhe oferecido um trabalho. Fala-se que ele teria recebido US$ 1 milhão para emprestar seus traços a essa versão dessa determinada parte da Bíblia)

Aos 66 anos, o desenhista -­ que é ateu -­ mantém seus fortes traços e a característica de retratar o sexo de forma natural que lhe renderam fama. Por causa disso, o livro traz o aviso de que há referências a cenas de nudez e violência em seu conteúdo.

Todos os 50 capítulos ganharam ilustrações em preto e branco. As páginas apresentam o nascimento do universo por meio da vontade de Deus, o casal Adão e Eva sucumbindo à tentação do fruto proibido, passando pela missão de Noé com sua arca e a destruição de Sodoma e Gomorra.

Caso o leitor não conheça as histórias por trás dos personagens e lugares citados, a publicação é uma boa oportunidade para o primeiro contato com a Bíblia. Os desenhos são condensados de forma a amenizar o tom massante da escrita antiga, principalmente em relação às longas linhagens dos personagens, além de darem apoio visual para as cenas mais marcantes das diversas histórias.
À primeira vista, Gênesis aparenta ser mais um livro de aventura, fazendo com que os jovens possam se sentir interessados no contato com os contos que são considerados fundadores da cultura ocidental.

Talvez o público mais velho possa se surpreender um pouco com as ilustrações mais fortes, mas isso é o que faz as adaptações de qualquer texto religioso chamar a atenção. Crumb já previa resistência e tratou de dizer: "(...) Sei que não dá para agradar a todos".