segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Arte Erótica de Milo Manara

A linha tênue existente entre o erótico e o pornográfico é por onde gosta de trabalhar o quadrinista Milo Manara. Seus trabalhos com forte apelo sexual causam polêmica assim que são lançados e muito se discute sobre como caracterizar suas histórias em quadrinhos. O que não se pode questionar é a qualidade dos contos e dos traços que permeiam as diversas publicações nos mais de 40 anos de carreira do italiano.

“Devo tudo a uma grande combinação de eventos de sorte”, resumiu Manara sobre sua trajetória na abertura da exposição Milo Manara – Uma Vida Chamada Desejo, em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363. Tel.: 3221-5558), em São Paulo.

A mostra traz ao Brasil centena de obras do homenageado, sendo que o acervo conta com ilustrações, pinturas a óleo, storyboards de filmes – entre eles Barbarella (1968), de Roger Vadim, do qual participou – e originais. A atração é gratuita e segue até o dia 11, de segunda a sexta, das 9h às 22h, e aos sábados, das 10h às 17h. Devido ao teor explícito do material, a exposição é restrita a público com idade acima de 16 anos.

A ligação com as HQs se deve ao fato de que elas proporcionaram liberdade para suas ideias. “Encontrei nos quadrinhos verdadeira arte em série para me expressar. É uma forma narrativa que me deu existência na sociedade em massa”, justifica.

A paixão pelas mulheres e pelos desenhos eróticos começou aos 20 anos, época na qual a sexualidade era de extrema importância para o então jovem quadrinista. “No homem, a pulsão não pode ser suprimida. Há a necessidade de se representar as ideias eróticas”, declara.

Hoje, aos 65 anos, Manara ainda busca modelos para suas personagens no cotidiano. “Não invento as mulheres, eu as encontro nas ruas. Me inspiro na realidade. Nas HQs, criamos pequeno elenco mental e as personagens precisam representar certos símbolos”, explica.

As deslumbrantes mulheres desenhadas pelo italiano podem ser vistas sem qualquer pudor nas páginas de Clic – Edição Completa (Conrad Editora, 242 páginas, R$ 74,90). A publicação especial reúne os quatro volumes da série, já lançados por aqui, que lhe deu fama em todo o mundo.

Clic mostra as desventuras eróticas vividas pela burguesa Claudia Christiani e as confusões ocasionadas por um estranho aparelho que faz com que a dama se transforme em uma criatura com insaciável libido. Cada vez que o dispositivo é ativado, Claudia se entrega por completo a seus desejos reprimidos.

Outro livro que destaca o talento de Manara é Kamasutra (Conrad Editora, 72 páginas, R$ 44,90), no qual faz viagem influenciada pela literatura hindu. Nas páginas, as amigas Parvati e Lulu encontram por acidente um cinto mágico que guarda o espírito de Shiva. O contato com a entidade sobrenatural faz com que a dupla tenha de enfrentar quatro provas sexuais que as obrigam a colocar em práticas as milenares técnicas tântricas do famoso texto indiano do Kamasutra.


Apesar das polêmicas envolvendo o conteúdo explícito dos livros, Manara afirma que seu objetivo é apenas desenhar com paixão. “Se a resposta do público existir, o trabalho é erótico. Se não causar nada, é pornografia. Há a questão da postura. Quando a obra for feita com amor e paixão, ela será erótica e é isso o que faço.”

Após quatro décadas, a sensualidade da mente do Maestro ainda chama a atenção.

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Harrt Potter Atinge Maturidade no Cinema

Símbolo de uma geração inteira, o bruxo Harry Potter teve sua saga finalizada em 2007 com o lançamento do último livro escrito pela britânica J.K. Rowling. A vida do personagem também tomou conta dos cinemas e suas últimas ações começam a ser mostradas em Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1, que estreia hoje em um total de 700 salas em todo o Brasil.

A produção com características de blockbuster marca o amadurecimento cinematográfico da série como a melhor adaptação dos contos para as telas.

Os que ainda se lembram do ator Daniel Radcliffe como o pequeno bruxinho que vive suas aventuras na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts com certeza não acompanharam o restante de sua jornada. O colorido das casas que dividiam os alunos e os feitiços que mais parecem fogos de artifícios foram deixados de lado como se marcassem um ritual de passagem do menino para a vida adulta.

Agora aos 17 anos, Harry aceita seu destino como peça fundamental para derrotar Voldemort (Ralph Fiennes), que está mais poderoso desde seu retorno. A morte do professor e mentor Dumbledore faz com que o jovem perca o porto seguro que tinha e o obriga a partir para o mundo atrás das Horcruxes, partes divididas da alma de Voldemort.

Todo esse enredo soa surreal demais, mas não deixa de ser divertido.
O diretor David Yates passa a impressão de que realmente entende os problemas vividos pelo garoto e pelo mundo da magia e acerta o tom da tensão e seriedade necessárias para a trama.

Os espectadores que não leram As Relíquias da Morte conseguirão acompanhar os fatos e com certeza ficarão instigados com as revelações e novos enigmas criados pelo filme.

Momentos de ação - como os que ocorrem logo depois do letreiro do título surgir na tela - mantêm o ritmo frenético da história e pequenas situações cômicas, muitas delas protagonizadas por Rony (Rupert Grint), se complementam muito bem.

Como é de costume na série, questões como a amizade, lealdade e necessidade de coragem nos momentos certos encontram espaço no longa.

Um dos principais lançamentos do ano, Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1 é certeza de milhões e milhões em arrecadação para seu estúdio, a Warner, que não mediu esforços técnicos para que a 'galinha dos ovos de ouro' não apresentasse erros neste sentido.

A fortuna que envolve tudo em torno de Harry Potter faz com que parte do público acredite que houve ganância por dos produtores com a ideia de dividir o derradeiro livro em duas adaptações cinematográficas. A resposta dada por David Yates foi de que haviam coisas importantes demais que não poderiam ser deixadas de fora.

A segunda parte chega aos cinemas em julho do ano que vem. O popular bruxinho agora realmente luta contra a morte, mas o público ainda terá de aguardar mais um pouco para ver a briga final nas telas.

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cogumelos São Atração de HQ Juvenil

Tudo pode acontecer em terras distantes, épocas muito longínquas e universos mágicos. As infinitas possibilidades apresentadas por cenários como esse dão vida à imaginação dos autores de histórias em quadrinhos e foi o que ocorreu na cabeça de Jonatas Tobias, autor de Cogumelos ao Entardecer (Devir Livraria, R$ 44, 112 páginas).

Com aspecto de livro infantil, a publicação mostra que ainda há espaço para histórias minimamente interessantes.

Morando na pequena Vila de Aipo, Knox e Arroba não veem a hora de deixarem de ser crianças para chegar à vida adulta. O desejo dos amigos pode ser realizado se encontrarem os lendários cogumelos mágicos que, ao serem comidos, concede à pessoa qualquer coisa que quiser.

Knox está disposto a enfrentar perigos para se tornar um guerreiro melhor do que seu irmão e Arroba sonha em deixar o avô orgulhoso ao manter a tradição da família ao ser um grande mago – além de estar cansado do corpo de porco que conseguiu graças a erro de uma poção.

A aventura da dupla os leva a conhecer o corrupto mercador Lowgow-Jo e a perigosa Princesa. Esta última é responsável por levá-los ao Vale dos Cogumelos Mágicos e peça-chave no enigma por trás das misteriosas frutificações.


Os problemas enfrentados por Knox e Arroba podem não ser tão perigosos para quem já está acostumado com o mundo das HQs, mas a simplicidade do enredo criado por Jonatas Tobias – que também é responsável pelos traços – chama a atenção.

Cogumelos ao Entardecer traz pontos comuns a outros contos destinados ao público infantojuvenil, mas o enredo traz pequenas reviravoltas que o deixam muito mais atraente do que seus ‘concorrentes’.

A mistura entre seres incríveis, momentos de ação e uma lição de moral ao fim deve agradar aos pequenos leitores, enquanto a honestidade do autor não causará repulsa nos fãs mais maduros das histórias em quadrinhos.

As ilustrações chamam a atenção, sendo que o desenvolvimento da história segue com um estilo finalizado e a pausa entre os acontecimentos contam com traços mais leves e artísticos.

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

'Rock Band 3' Traz Teclado Para a Festa

Uma das mais lucrativas ideias dos games nos últimos anos foi a união do mundo virtual com a música e a onda parece não ter baixado. O mais novo jogo no mercado é Rock Band 3, que chega com versões para PlayStation 3, Xbox 360, Wii e para o portátil Nintendo DS.

Ele foi lançado nos Estados Unidos no final de outubro e já pode ser encontrado em lojas especializadas - além de suas cópias também estarem disponíveis no conhecido mercado paralelo. O grande diferencial para as edições anteriores e outros games é o acréscimo do teclado como instrumento a ser tocado.

O terceiro volume da série Rock Band conta com um total de 83 canções, que abrangem composições que fizeram sucesso nas décadas de 1960 até os anos 2000. O variado público do game não tem como não gostar de todas as faixas.

Músicas como Break On Through, do grupo The Doors, Get Up, Stand Up, de Bob Marley & The Wailers, Bohemian Rhapsody, do Queen, Crazy Train, do roqueiro Ozzy Osbourne, Walkin’ on The Sun, da banda Smash Mouth, Rehab, da cantora Amy Winehouse e Humanoid, do grupo Tokio Hotel, estão entre as opções.

O repertório inicial pode ser aumentado por meio de downloads, sendo que a rede oficial do game disponibiliza para o público mais de 1.500 faixas para serem compradas online.

Entre os novos atrativos está a possibilidade do jogador ter a sensação de tocar um teclado. Ele poderá tocado quando apoiado em uma mesa ou preso com uma alça nos ombros. O diferencial chega para somar diversão ao lado do já conhecido trio guitarra, baixo e bateria, além do jogador poder se imaginar como vocalista de seu próprio grupo com um microfone em mãos.

O fato de poder substituir instrumentos de corda faz com que não fique restrito apenas a ser utilizado com músicas onde o teclado aparece.



Outra novidade de Rock Band 3 é que os fãs agora terão acesso a um modo profissional do jogo. Para jogá-lo da melhor maneira possível, é necessários que os ‘músicos’ tenham controles mais sofisticados do que os conhecidos.

Misturando as características dos instrumentos antigos e suas versões reais, agora temos guitarras com botões e cordas e uma expansão para a bateria com pratos, sem contar o já citado teclado. Os acessórios só funcionam no modo profissional.

O fôlego dessa vertente de jogos segue com muita força no mercado de games e os fãs do gênero não se cansam de brincar de rocktars. Enquanto as músicas fizerem sucesso, mais versões virtuais elas terão.

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Bela e a Fera volta às prateleiras

A magia do cinema proporciona ao público momentos que jamais serão esquecidos. Seja por determinada cena especial, suas músicas marcantes, um beijo inesquecível ou um personagem icônico. Poucas produções são capazes de juntar essas tão cobiçadas características e conseguem entrar com tanta força no inconsciente coletivo. A missão complica ainda mais quando não estamos falando de um filme, mas sim de uma animação.

Um dos clássicos mais queridos e populares de todos os tempos, A Bela e a Fera ganha nova versão especial em DVD e Blu-Ray para chegar com grande estilo ao século 21 com o melhor que a alta definição tecnológica pode oferecer. Para os colecionadores, o lançamento foi aguardado durante oito longos anos, período no qual o desenho animado não era mais encontrado nas lojas para a venda.

Mas a espera valeu a pena e a Disney disponibiliza o longa-metragem em diferentes formas. Em DVD, o público tem três opções: o DVD simples (R$ 44,90), o kit com DVD e camiseta infantil (R$ 54,90) e o box contendo dois DVDs e um CD com a trilha sonora do filme (R$ 54,90).

A versão dupla em Blu-Ray (R$ R$ 79,90) chega credenciada pelo selo da Edição Diamante, que foi apresentado no ano passado com o A Branca de Neve e os Sete Anões (1937) e iniciou novo ciclo de lançamentos de produções dos estúdios criados por Walt Disney (1901-1966).

A conhecida história de A Bela e a Fera mostra a camponesa Bela vivendo em pequeno vilarejo no interior da França. Apesar de chamar a atenção do local por sua beleza, a garota se sente deslocada devido a ser interesse intelectual e o desejo de ter algo mais do que a simples rotina do campo. Sua vida começa a mudar quando salva o pai de uma Fera e acaba se tornando prisioneira do horrendo monstro.

Agora morando em um castelo encantado, Bela irá aprender que a verdadeira beleza está dentro de nós e que esta nova percepção tem o poder de acabar com um antigo encanto que assombra o lugar e seus habitantes.

Com direção de Gary Trousdale e Kirk Wise, a dupla também responsável por O Corcunda de Notre Dame (1996), o longa de 1991 venceu dois Oscar’s, incluindo o de melhor canção para a música título interpretada por Celine Dion e Peabo Bryson. O currículo também conta com o fato de que se trata da primeira animação a concorrer como melhor filme na prestigiada premiação norte-americana.

O público poderá escolher entre assisti-lo na forma original que foi apresentada nos cinemas em 1992 no Brasil ou em sua forma estendida, com o acréscimo da seqüência referente a música Ser Humano Outra Vez, que havia sido cortada do projeto e foi retomado no início dos anos 2000 como material inédito.

O destaque fica por conta dos interessantes extras no DVD adicional. É possível assistir uma versão completamente diferente da abertura apresentada na qual Bela teria uma irmã e uma tia que tenta fazer com que ela case com Gaston para fazer com que a família volte a ser rica.

Outro material que chama a atenção é a perspectiva por meio de storyboards da cena em que a protagonista explora a gigante biblioteca do castelo e conhece novos personagens encantados. Para quem é fã do musical baseado em A Bela e a Fera, não deixe de assistir Início na Broadway, que mostra o sucesso da versão teatral – que também teve montagem no Brasil.

A versão caprichada em DVD e Blu-Ray não pode ficar de fora da prateleira dos colecionadores e dos amantes do conto que continua a fascinar o público. Caso você nunca tenha visto a animação, receio que esteja perdendo um dos grandes encantos criados pelo cinema.

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