sexta-feira, 11 de março de 2011

Homenagem ao Camaleão do Cinema

Se adaptar a diferentes ambientes não é para qualquer um. Poucos são aqueles que se sentem à vontade em áreas distintas e conseguem se sair bem fora de seus espaços de confiança.

Um dos maiores astros do cinema nos últimos anos, Johnny Depp atingiu sua alta popularidade por trabalhos consistentes em tipos distintos de produções, como aventura (a saga Piratas do Caribe), comédia (Ed Wood), suspense (A Janela Secreta), fantasia (Alice no País das Maravilhas), romance (Don Juan DeMarco) e terror (Do Inferno). O ator é a alma por trás do personagem título da animação Rango, que chega hoje ao Brasil.

Assim como David Bowie é chamado de 'O Camaleão do Rock', Depp é o detentor do título quando o assunto é a sétima arte. O desenho animado soa como uma homenagem a seu legado nas telas, principalmente pelo fato de que o protagonista é um camaleão.

Apesar de poder se camuflar e ter habilidade de adaptação a muito locais, Rango tem a dura missão de decifrar o quem ele é. A busca pelo autoconhecimento faz com deixe a cidade grande e chegue ao pequeno vilarejo de Dirty, que muito lembra as cidades típicas do velho-oeste norte-americano. Uma enorme confusão coloca o simpático e atrapalhado animal como xerife local.

É comum que grandes nomes do cinema emprestem suas vozes para personagens animados. A recente geração de filmes agora consegue captar os gestos e pequenos detalhes faciais dos atores para utilizar as informações no momento de criar as figuras a serem exibidas nas telas. Apesar da aparência estranha de Rango, não há como negar que o novo caubói trata-se de Johnny Depp – apesar da voz ligeiramente mais fina em certos momentos.

Os trejeitos característicos e até mesmo o estilo excêntrico são os mesmos. Em uma de suas entrevistas, o ator afirmou que o estilo adotado foi o de captura emocional e que a produção foi uma oportunidade para que um bando de adultos pudesse fazer papel de bobo.

O trabalho de dublagem brasileira é de grande qualidade, mas a versão nacional faz com que o público não se sinta em meio a figuras como Alfred Molina, Bill Nighy, Isla Fisher e Abigail Breslin, também dubladores da versão original. Todos são comandados pelo diretor Gore Verbinski, o mesmo dos três Piratas do Caribe e que estreia em animações. A aventura é boa e Rango deve se camuflar ao gosto do público.

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