Além de retornar aos cinemas para concluir sua trilogia iniciada há 40 anos atrás, o coveiro mais famoso do Brasil invade outro tipo de mídia: os quadrinhos. Acompanhando o novo filme, foi lançado Prontuário 666 – Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão (Conrad, 120 págs.), do quadrinista Samuel Casal, que contou com a ajuda de Adriana Brunstein no roteiro. Mesmo sendo novidade para o grande público, não é a primeira empreitada do rogador de pragas na oitava arte.
O trabalho conta o que aconteceu nos 40 anos que em o personagem de José Mojica Marins ficou preso, após ter sido pego pelos crimes cometidos nos dois primeiros filmes. Neste período, ele aproveita seu tempo para fazer estranhas e horripilantes experiências com seus colegas do “zoológico humano” (maneira carinhosa de como ser refere à cadeia), como traficantes, assassinos, agentes carcerários e, até mesmo, homens de religião. Zé não nega sua origem mórbida e apresenta um bom arsenal terrorístico munido de muita matança.
Uma das preocupações de Casal era fazer um livro que unisse bem o famoso personagem com características próprias de seu trabalho. “Eu queria fazer um trabalho do Zé, mas com a minha cara, com a minha identidade. Não queria apenas servir ao personagem, e sim criar algo que somasse algo a ele. O personagem me agradava muito. Juntou bem a qualidade gráfica dele com o meu trabalho”, diz Casal. Outro desafio foi criar um enredo que não criasse uma dependência com outras referências ao coveiro. “Queria criar um álbum que fosse independente, que não precisa do filme para se explicar. Quem não conhece o Zé, pode conhecer agora”, explica.
Apesar de tudo, a idéia da utilização do quadrinho como ponte para o Encarnação do Demônio (caso não saibam, é o título do novo filme de ZdC – lembrete: preciso assistir....) foi do co-produtor do dito cujo, Paulo Sacramento. A idéia original para Prontuário 666 era que a HQ fosse produzida por diversos quadrinistas, cada um com uma história. Mas a rapidez da produção de Casal, que já havia entregue sua parte, e a dificuldade de encontrar outros artistas fizeram com que ele se tornasse o cabeça do projeto, que precisou de apenas dois meses para ficar pronto. “Só ele (Casal) foi escolhido pra fazer essa ponte. Eu e o Paulo vimos e dissemos: ‘Manda Ver!’”, explica Zé do Caixão.
(Casal à frente, Mojica ao meio e Adriana no fundo, na noite de autógrafos em SP. Foto: Elza Cohen)
O livro é o primeiro trabalho solo do gaúcho, que apenas tinha feito parte de álbuns coletivos. “Nunca tinha feito um trabalho sozinho, só meu. Minha mulher estava grávida e pensei: ‘Se não fizer um trabalho solo grande agora, só quando o bebê completar 18 anos’”, diz o quadrinista. Ele começou sua carreira como ilustrador em jornais do Rio Grande do Sul, mas já algum tempo trabalha em Santa Catarina. Seus próximos passos não estão ligado à vida profissional, mas sim em se preparar para sua primeira filha. Apesar de nunca ter conhecido Mojica antes do projeto, ele não lhe parece um estranho. “Ele é uma figura. Gastei mais de 100 páginas com ele, assim o Zé já é um conhecido pra mim.”
Empolgado com seu novo projeto cinematográfico, Mojica acredita que o sucesso de seu novo filme pode alavancar o quadrinho. “Essa junção (cinema+quadrinhos) é uma realização para mim, uma fantasia, um sonho. Se o filme estourar, a gente leva o Casal junto”, diz um entusiasmado Mojica, que se diz um amante dos quadrinhos.
Para mantermos os bons costumes Mojicaianos:
PRAGA DO DIA!!!!!!!!
Você!! Você!! E Todos Você!! Se não aprecia a religião do cinema e a arte dos quadrinhos, tua alma perpetuará por todo o inferno e cairá para os confins da casa do tinhoso.....
See You In The Other Side
Um comentário:
Aspira, coloca um podcast aí, véi! Todos vão gostar das imitações! Gostei do texto! Tá contratado!
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