sexta-feira, 21 de maio de 2010

Nova Geração de Heróis no Cinema Completa 10 Anos

Há dez anos, o mundo do cinema não imaginava que um novo subgênero estava para estourar e se espantou com o sucesso de X-Men (2000), de Bryan Singer, baseado nas histórias em quadrinhos dos populares personagens da Marvel Comics. Hoje, difícil é conceber Hollywood sem a presença dos super-heróis entre suas principais produções.

A aventura do grupo mutante chamou a atenção pelo cuidado dado à adaptação e iniciou uma nova safra de filmes baseados em HQs, principalmente envolvendo superheróis, que são responsáveis por um grande filão da milionária indústria cinematográfica.

O mais recente da safra é Homem de Ferro 2, em cartaz nos cinemas. "Hollywood se acostumou a traduzir outras mídias como teatro e literatura. Talvez não tenha ideias suficientes para suprira demanda de filmes. Por isso o mundo dos quadrinhos ajuda muito, pois tudo está quase pronto, além dos personagens já estarem no inconsciente coletivo", explica o jornalista André Morelli, autor do livro Super-Heróis no Cinema e nos Longas-Metragens da TV.

Apesar do sucesso de clássicos como Superman - O Filme (1978), de Richard Donner, e Batman (1989), de Tim Burton, o subgênero ganhou força nos anos 2000. Na última década, filmes como Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008), Homem-Aranha (2002) e Homem-Aranha 2 (2004), marcam presença com o primeiro, o quarto e o oitavo lugar entre as maiores bilheterias, segundo o site especializado Box Office.

Muito se deve ao fato de que ainda não havia sido desenvolvida a tecnologia necessária para trazer à telona situações que somente existiam nas páginas das HQs e nos desenhos animados. Outro fator importante para o momento positivo é que parece haver por parte dos cineastas um nível maior de respeito diante desse legado existente na arte sequencial. "A principal característica dessa nova fase de adaptações é haver um elo direto das produções com os quadrinhos."

O alto nível apresentado em algumas cinesséries do meio mostra que é possível fazer bom filme de ação com essa temática. Quando não existe respeito pelo personagem, os estúdios apresentam resultados vergonhosos, casos de Demolidor - O Homem Sem Medo (2003) e Elektra (2005), nos quais, aparentemente, acreditou-se apenas na figura do herói e se esqueceu de colocá-lo em meio a um interessante roteiro.

Se no universo das HQs tudo é possível, é complicado imaginar como certas coisas funcionariam na vida real. É preciso fazer adaptações adequadas. "É necessário manter as origens, mas isso também é perigoso. X-Men é um exemplo dessa boa transposição dos quadrinhos para o mundo real. Se imaginarmos como no original, tudo é meio ridículo", comenta o jornalista, referindo-se principalmente ao figurino do personagem Wolverine. Nas HQs, ele veste um colante amarelo. Em sua versão nas telonas, passou a usar uma jaqueta de couro preta.

Os ótimos resultados nas bilheterias de certas produções faz com que os estúdios corram atrás não mais das principais franquias ­ que já têm dono ­, mas sim de personagens que algum dia podem fazer sucesso. "As HQs são uma mídia consolidada e um prato cheio para Holywod. Se quiserem, é só pegar", diz Morelli.

Roteiristas de quadrinhos trabalham como consultores de produções e as editoras abrem seus próprios departamentos cinematográficos. Esse universo não está mais restrito e continua a se expandir.

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