segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Por Dentro da Pixar

As histórias emocionantes, os personagens carismáticos e as imagens impressionantes das produções dos estúdios Pixar não surgem por mera sorte. A empresa norte-americana emprega conceitos em sua rotina que fazem com que o trabalho de seus empregados não tenha a característica de emprego comum. O segredo de seu sucesso é revelado em Nos Bastidores da Pixar – Lições do Playground Corporativo mais Criativo do Mundo (Editora Saraiva, 184 páginas, R$ 44,90).

Escrito por Bill Capodagli e Lynn Jackson, o livro tenta provar porque os trabalhos da Pixar são diferenciados e agradam a todo tipo de público. Conforme as páginas passam, é perceptível que uma das principais características da companhia de animação é de que seus funcionários são adultos que não perderam a criatividade que tinham quando criança.

Nada representa tanto essa descrição quanto John Lasseter, gerente-executivo de criação dos Estúdios de Animação Pixar e Disney. Conhecido por suas camisas com imagens de desenhos animados, esteve envolvido com todos os filmes do estúdio: Toy Story (1995), Vida de Inseto (1998), Toy Story 2 (1999), Monstros S.A. (2001), Procurando Nemo (2003), Os Incríveis (2004), Carros (2006), Ratatouille (2007), Wall-E (2008), Up – Altas Aventuras (2009) e Toy Story 3 (ainda em cartaz e que acaba de se tornar na animação com maior rentável de todos os tempos).

Buscando a perfeição nas telas, o playground não tem pressa para levar suas novidades para as telas. “(...) a qualidade é o melhor de todos os planos de negócios”, diz Lasseter.

Ao longo dos anos, o chefe soube criar nos prédios localizados em Emeryville, na Califórnia, ambiente estimulante para roteiristas, animadores e desenhistas – todos escolhidos a dedo.

Os monótonos escritórios comerciais são deixados de lado para dar lugar a gigantes casas de bonecas, salas temáticas e corredores onde há figuras gigantes de personagens como o caubói Woody, o monstro Mike Wazowski, o robozinho Wall-E e a luminária Luxo Jr., símbolo da Pixar. Doces ficam à vontade para ser degustados e, caso o funcionário não esteja estimulado, ele pode dar um mergulho na piscina instalada no complexo.

Seguem algumas imagens do local:






O estilo moderno de administração muito se assemelha ao projeto organizacional bolado por Walt Disney (1901-1966), ídolo maior de Ed Catmull, cofundador do estúdio e presidente. Segundo Catmull, o objetivo do trabalho é fazer com que o público tenha a melhor experiência possível por muitos anos.

“(...) o teste definitivo para saber se John e eu conseguimos atingir nossa metas será a Pixar e a Disney continuarem a produzir filmes de animação que toquem a cultura mundial de forma positiva, muito tempo depois que tenhamos ido embora”, ressalta Catmull.


O livro funciona mais como guia para empresas e serve para inspirar futuros investidores. Os amantes das animações aproveitarão mais o Apêndice 2, nos quais os autores listam curiosidades da fábrica dos novos contos de fadas.

Entre os fatos revelados, está o de que o Bill Murray era o escolhido para dublar o patrulheiro espacial Buzz Lightyear, mas o ator perdeu os telefones dos diretores da Pixar e o papel acabou caindo nas mães de Tim Allen; e que o número original do potente Relâmpago McQueen seria 57, em homenagem ao ano de nascimento de Lasseter, porém a numeração do carro mudou para 95 em referência ao ano de lançamento de Toy Story, primeiro filme do estúdio.

See You in The Other Post

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