




O nascimento dos super-heróis marca o início da saga das HQs como as conhecemos e uma grande parcela de toda sua trajetória se deve ao pioneirismo da DC Comics. A história da editora norte-americana é mostrada na minissérie especial Coleção DC 75 anos, dividida em quatro partes e que apresenta em seu primeiro volume A Era de Ouro (Panini, R$ 17,90, 148 páginas).
O objetivo da Coleção DC 75 anos é dar oportunidade a atual geração de leitores para que tenham contato com os primeiros passos dos contos que tanto amam. Em A Era de Ouro, a Panini reúne em formato norte-americano as primeiras histórias de grandes ícones do universo das HQs. No total, oito pequenos contos fazem parte da edição especial. É possível conferir o surgimento do Batman em O Caso da Sociedade Química, lançado originalmente em maio de 1939 na revista Detective Comics; A Origem do Flash, lançada em janeiro de 1940; Surge o Capitão Marvel, de fevereiro de 1940; O Caso do Assassinato dos Homônimo, de novembro de 1941, onde o Arqueiro Verde deu suas primeira flechadas; e Apresentando a Mulher-Maravilha, original de dezembro de 1941 e janeiro de 1942.
Ao passar pelas páginas, é engraçado notar o quão simples eram as tramas desenvolvidas. Nada de grandes reviravoltas e arcos que poderiam movimentar toda a vida do protagonista. O heróis exerciam papel de detetives superpoderosos e com inteligência fora do comum. Apesar do enredo um tanto infantil, os personagens já tinham um carisma forte o bastante que os perseguem até os dias de hoje.Não se pode deixar de lado a diferença brutal entre os traços da época em comparação as ilustrações modernas. O pouco detalhes dos cenários, os recortes das cenas dos quadrinhos, a mistura de cores vivas e os espaços destinados a pequenas explicações da histórias caracterizam os primórdios da nona arte.
O início das atividades da DC Comics é contado na introdução DC e A Era de Ouro. O texto aponta que tudo começou graças ao talento artístico do Major Malcolm Wheeler-Nicholson, que deixou o exército norte-americano para dedicar seu tempo a escrever romances, adaptações de contos e elaboração de curtas histórias. A origem da editora rival à Marvel Comics se deve a empresa National Allied Publications, criada por Wheeler em 1934. Com o passar dos anos, o contato com novos empresários e a união com outras editoras do ramo foi criando o passado da casa de Superman e outras figuras. A DC Comics surgiria décadas depois.O interessante da introdução é a presença de curiosidades envolvendo a trajetória dos super-heróis até chegarem às bancas. Antes de estampar a capa da edição número um da Action Comics - título mais antigo publicado até hoje -, a ideia de Superman havia sido descartada por outras empresas. O sucesso do personagem fez com que o escritor e desenhista Bob Kane descobrisse que, se queria ganhar dinheiro, era preciso que criasse um herói tão popular quando o Homem de Aço. O estilo noir da revista Detective Comics, ainda em atividade atualmente, foi essencial para que Kane imaginasse o sombrio Batman, sua identidade secreta Bruce Wayne e a cidade de Gothan City.
As brigas envolvendo os personagens e figuras características da Segunda Guerra Mundial foram essenciais para o bom rendimento das revistinhas. Era comum encontrar publicações com brigas dos superheróis, símbolos do poderio dos Aliados, com vilões representantes das forças do Eixo. O término dos combates esfriaram as vendas e questões éticas do mercado de quadrinhos acabaram por determinar o fim da Era de Ouro.A DC Comics é conhecida pelos fãs por ser a casa de criações que delinearam o andamento da indústria. Os personagens podem não ser tão populares quanto algumas figuras de outras editoras, como a Marvel, mas são reverenciados por todos que acompanham a arte sequencial e merecem total respeito. A republicação de suas primeiras histórias mostra a gratidão pelo trabalho da Velha Guarda.
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Em rápida visita ao Brasil, o cineasta norte-americano Francis Ford Coppola conversou na tarde desta quarta-feira (01/12) com a imprensa para divulgar seu novo filme Tetro, que estreia nos cinemas dia 10. Além de comentar sobre o longa-metragem, o veterano diretor norte-americano mostrou disposição para falar sobre a atual fase livre e autoral e deu seu ponto de vista sobre o futuro da indústria cinematográfica citando, inclusive, a utilização - ou não - da tecnologia 3D nas produções.
Em Tetro (abaixo), ele retoma os dramas familiares já mostrados em seus filmes anteriores ao relatar a tensão existente entre o personagem-título e seu irmão mais novo, Bennie. O jovem sempre teve Tetro como ídolo e o reencontra anos depois vivendo como um escritor frustrado em Buenos Aires, na Argentina. Conforme os dias passam, o jovem descobre que os rancores do irmão se devem a antigos conflitos com o pai, um famoso maestro.
Acostumado a lidar com grandes astros, casos de Marlon Brandon (1924-2004), Al Pacino, Robert Duvall e Martin Sheen, o diretor teve de trabalhar em Tetro, no qual é o protagonista, com o ator Vincent Gallo, conhecido pela fama difícil. Mas as complicações que poderiam surgir durante as filmagens não ocorreram e Coppola sempre soube tirar o máximo de seu elenco. "Atores têm má reputação. Seja qual for os problemas deles é porque estão desacreditados. Nunca tive problemas com ninguém pois sempre os apoiei e isso os ajuda."
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