sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

'Fantasia': A Magia de Um Clássico Musical

Grande parte das animações é voltada para o público infantil e não são reconhecidos como filmes. Mas alguns desenhos animados surgem como verdadeiras obras de arte. É o caso de Fantasia, que chega ao século 21 em alta definição e com a missão de apresentar seu lindo trabalho - visual e artístico - para uma geração acostumada a produções feitas por meio da computação gráfica.


O lançamento da Disney traz edição especial que reúne em um só pacote o filme original de 1940 e Fantasia 2000, sequência lançada em 1999 com uma nova roupagem sobre o universo de magia, encanto e música. O DVD duplo pode ser encontrado nas lojas pelo preço de R$ 49,90, enquanto a versão em Blu-Ray tem valor sugerido de R$ 99,90. Não é possível adquirir as histórias separadamente.

Segue um trailer do lançamento (que acabou não chegando às lojas como integrante da Coleção Diamante):



Fantasia é caracterizado por suas oito peças que prestam homenagem a grandes obras da música clássica, casos de composições de Bach, Tchaikovsky e Stravinsky. Os pequenos contos apresentados são intercalados com ações em live-action, ou seja, cenas com a participação de pessoas de verdade. No caso, da orquestra que interpreta as canções temas. O objetivo do filme era fazer com que esse tipo de arte chegasse de forma mais abrangente e acessível aos fãs de Mickey Mouse e seus amigos.

Um dos destaques do longa é a presença do famoso maestro Leopold Stokowski (1882-1977) no comando da magnífica trilha sonora. A preocupação com o bom desenho do áudio era tamanha que foi necessário o desenvolvimento de um sistema diferenciado conhecido como Fantasound. Algumas pessoas acreditam que o alto preço da tecnologia e sua pouca procura por parte dos cinemas que não poderia arcar com os custos foram um dos motivos do filme não ter se tornado um grande sucesso em seu lançamento. Apesar das confusões, a contribuição para o avanço do uso do som nas salas de exibição deu a Fantasia um prêmio especial no Oscar de 1941.

Caso as músicas não signifiquem grande coisa para o público, todos podem recordar das trapalhadas vividas por Mickey na peça Aprendiz de Feiticeiro. Ao som de composição do francês Paul Dukas, o ratinho rouba o chapéu de seu mestre Yen Sid - o nome Disney invertido - e se mete em engraçadas situações ao lado das vassouras que ganham vida. Outra cena famosa é o balé entre hipopótamos de tutus e jacarés de chapéu em A Dança das Horas.

Menos conhecido do grande público, Fantasia 2000 segue o mesmo projeto do primeiro desenho animado, com nove pequenas histórias separada por cenas em live-action. Ao contrário de seu antecessor, o clássico contemporâneo chama a atenção por suas belas imagens. A diferença de mais de 50 anos entre as produções fica evidenciada pelo uso de elementos digitais que o título um patamar acima em comparação a muitas animações dos anos 2000. Detalhe para a participação de figuras como Steve Martin, James Earl Jones, Bette Midler e Quincy Jones na apresentação das introduções.

O bônus da edição especial - assim como na maioria dos relançamentos dos filmes da Disney - são atração à parte. Para quem já conhece as animações, esse tipo de informação extra é muito bem-vindo. Entre menus interativos e uma viagem pelo The Walt Disney Family Museum, a versão em Blu-Ray conta com o curta-metragem animado Destino, resultado da união do criador dos estúdios e o pintor surrealista Salvador Dali. Como complemento à produção de apenas sete minutos, há o documentário explicativo Dali & Disney: Um Encontro Com Destino.

Ao misturar música clássica com animação, o universo de Fantasia transpõe a barreira sobre a infalização dos desenhos e atinge o ápice da arte animada. A afirmação de Walt Disney explica tudo: "Fantasia é eterno."

See You in The Other Post

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