sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Rede Social Vai Além do Facebook

A primeira década dos anos 2000 foi marcada por uma grande revolução tecnológica movida pelo desenvolvimento da internet e sua popularização em todo o mundo. Os primeiros contos de fadas do século 21 apontam o potencial dos computadores como nova arma a ser utilizada. Seja para o bem ou para o mal. Uma dessas histórias ganha versão para o cinema com A Rede Social, que chega às salas do Brasil.

Conhecido pelo público geek simplesmente como o ‘filme do Facebook'', o longa-metragem do diretor David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button, de 2008, e Clube da Luta, de 1999) vai além do que apenas mostrar como surgiu a mais popular rede social do planeta. O desenvolvimento do site serve para explorar questões ligadas à amizade, ambição, genialidade, prepotência, arrogância e vingança.

A figura central da trama é Mark Zuckerberg (interpretado com competência pelo jovem Jesse Eisenberg), um gênio da computação que joga na internet suas frustrações pessoais. Ao lado do amigo brasileiro Eduardo Saverin, desenvolve ferramenta na qual pessoas convidadas poderiam fazer parte de um selecionado grupo.

Apesar do protagonista negar o tempo todo, a motivação para a criação do Facebook é sua vontade de estar em um coletivo. A mente do prodígio é capaz de invadir o sistema eletrônico da Universidade de Harvard em segundos, mas não o ajuda a ter simpatia para fazer amigos.

Sua fala rápida e repleta de termos técnicos chega a não fazer sentido em certos momentos, mas a impressão que fica é de que é justamente este o objetivo do rapaz.

Uma vez aceito no universo dos ‘descolados'', quem não o segue, fica para trás. É o caso de Saverin, que começa a ser deixado de lado no processo de expansão dos negócios. Zuckerberg encontra no ambicioso Sean Parker (vivido pelo convincente Justin Timberlake), um dos fundadores do site de músicas Napster, apoio para correr atrás de sua certeira fortuna.

A briga entre os antigos amigos resulta em um dos processos bilionários enfrentados por Zuckerberg - o outro fica por conta da ação movida pelos irmãos Cameron e Tyler Winklevoss.

A visão dos fatos é baseada no livro Bilionários Por Acaso: A Criação do Facebook - Uma História de Sexo, Dinheiro, Genialidade e Traição, que não conta com relatos da figura principal, apenas de seus desafetos. Enquanto o verdadeiro Zuckerberg não declara como ‘realmente'' tudo em torno do Facebook ocorreu, sua biografia de gênio do novo século contará também com o adjetivo "idiota".

O filme de David Fincher utiliza a história para apontar que nem todo conto de fadas tem final feliz - mas é divertido de se ver. A Rede Social tem grandes chances de chamar a atenção na próxima premiação do Oscar.

See You in The Other Post

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