quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Coppola Cada Vez Mais Livre


Nesta edição especial de Na Frente do Palco, não fomos conferir algum espetáculo teatral ou estivemos em meio ao público de um grande show de rock.

Em rápida visita ao Brasil, o cineasta norte-americano Francis Ford Coppola conversou na tarde desta quarta-feira (01/12) com a imprensa para divulgar seu novo filme Tetro, que estreia nos cinemas dia 10. Além de comentar sobre o longa-metragem, o veterano diretor norte-americano mostrou disposição para falar sobre a atual fase livre e autoral e deu seu ponto de vista sobre o futuro da indústria cinematográfica citando, inclusive, a utilização - ou não - da tecnologia 3D nas produções.

"Mesmo trabalhando em filme grandes, sempre quis fazer obras autorais. Hoje estou em uma posição na qual posso fazer qualquer filme que desejar", afirmou o bem-humorado Coppola. "É um privilégio poder fazer um filme sem ter de convencer alguém a te dar dinheiro." O grande motivo desta fase autoral se deve ao fato de ter ganhado milhões e milhões de dólares ao longo de 50 anos de carreira e atualmente consegue arcar com os custos de seus projetos.

Em Tetro (abaixo), ele retoma os dramas familiares já mostrados em seus filmes anteriores ao relatar a tensão existente entre o personagem-título e seu irmão mais novo, Bennie. O jovem sempre teve Tetro como ídolo e o reencontra anos depois vivendo como um escritor frustrado em Buenos Aires, na Argentina. Conforme os dias passam, o jovem descobre que os rancores do irmão se devem a antigos conflitos com o pai, um famoso maestro.

Responsável por sucessos como a trilogia O Poderoso Chefão (cujos filmes foram lançados em 1972, 1974 e 1990), Apocalypse Now (1979) e Drácula de Bram Stoker (1992), o cineasta prefere manter distância das salas comerciais. Segundo ele, a nova safra de produções de Hollywood apenas recicla antigas histórias e observações. "Gosto de ver filmes independentes, experimentais e de baixo orçamento porque são originas e não trazem as mesmas ideias que já conhecemos."

As novas tecnologias disponíveis no mercado fazem com que as questões técnicas acabem se sobressaindo sobre a arte por trás do cinema. Um desses apetrechos é a revolução digital causada pelas atuais produções em 3D. Na visão de Coppola, a terceira dimensão deve acrescentar algo ao filme e não ser seu principal destaque.

"Cinema é uma arte que une a história e a interpretação. Acho espetacular que o cinema comercial busque a tecnologia para ajudar no entretenimento, mas a arte nunca deve ser deixada em segundo plano. O 3D é a menor das preocupações", explica.

Acostumado a lidar com grandes astros, casos de Marlon Brandon (1924-2004), Al Pacino, Robert Duvall e Martin Sheen, o diretor teve de trabalhar em Tetro, no qual é o protagonista, com o ator Vincent Gallo, conhecido pela fama difícil. Mas as complicações que poderiam surgir durante as filmagens não ocorreram e Coppola sempre soube tirar o máximo de seu elenco. "Atores têm má reputação. Seja qual for os problemas deles é porque estão desacreditados. Nunca tive problemas com ninguém pois sempre os apoiei e isso os ajuda."

See You in The Other Post

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