Tudo começa com a notícia de que Pearl Harbor havia sido bombardeada pelos japoneses. A ação fez com que milhares de rapazes fossem chamados para ajudar seu país. O leitor acompanha o norte-americano Alan Cope desde seu alistamento, passando pelo duro treinamento nas bases militares e chegando até seu encontro com os inimigos dos Países do Eixo. O projeto se estende o bastante para mostrar também a retomada de sua vida no difícil período pós-guerra na América e na Europa.
A incrível jornada do protagonista é repleta de relatos abertos e, em certos momentos, sem importância. Mas são nessas análises desnecessárias que está o brilho da obra. Os problemas de higiene das tropas, as broncas sem sentido dos militares superiores, as fugas na madrugada para pegar comida, algumas complicações devido a bebidas e a amizade feita com os companheiros de batalhão são alguns dos temas tratados nas centenas de páginas.
Os comentários extremamente intimistas cercam o livro de personalidade e de empatia capaz de satisfazer curiosidades que muitas pessoas devem ter e que nunca pararam para tentar descobrir a resposta. As emocionantes memórias do ex-militar ganham força com as fotos das páginas finais.
A HQ não teria o mesmo significado sem a bela amizade entre o verdadeiro Alan Cope (sim, ele realmente existiu) e o francês Emmanuel Guilbert, autor da obra.
"A Guerra de Alan é o resultado do encontro de um homem idoso, que tinha o dom de contar histórias de vida, e um jovem, que espontaneamente se sentiu compelido a escrevê-la e desenhá-la. (...) É um livro sobre um único homem, Alan Cope, e sobre o que ele viu, viveu, sentiu e estava desejando compartilhar comigo, 50 anos depois", explica Guilbert.
O rápido convívio de apenas cinco anos entre os dois foi o bastante para o vasto arsenal de pequenos contos. As conversas (em francês) tidas desde 1994, ano no qual se conheceram, se transformaram nos capítulos publicados em uma revista francesa. Cope morreu em agosto de 2009 e não conseguiu ver a primeira edição original do livro. Com certeza deixou este mundo com a sensação de dever cumprido.
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