quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Homenagem ao Legado de The Spirit

A história dos quadrinhos se mistura com a carreira de Will Eisner (1917-2005). O venerado quadrinista norte-americano foi o responsável por criar conceitos, definir parâmetros e por inspirar gerações e gerações de garotos a crescerem e ter como objetivo o trabalho com as HQs – e se tornar o mais próximo possível do mito.

Muito da veneração de todos pele obra de Eisner se deve a criação do personagem Spirit. O ícone dos quadrinhos é homenageado com diversas releituras de qualidade em The Spirit – As Novas Aventuras (Devir Livraria, 128 páginas, R$ 41 – edição com capa de brochura – e R$ 53 – versão com capa dura).

O livro reedita histórias lançadas originalmente em 1998. Apesar da presença do herói, a criatura mais famosa de Eisner acaba ‘emprestada’ para outros respeitados nomes do gênero. Alan Moore, Dave Gibbons, Neil Gaiman, David Lloyd, Moebius e Kurt Busiek, entre outros, revelam suas versões para o protetor de Central City.

As 11 aventuras apresentadas mostram diferentes visões sobre Denny Colt e seu alter ego. Não ficam de fora dos contos figuras como o Comissário Dolan, sua filha Ellen e o vilão Dr. Eugene Cobra, além do cemitério de Wildwood. Os artistas só não podiam matar ou casar o personagem. Cada um presta sua homenagem ao ídolo sem ousadas mudanças – provavelmentre devido ao medo que enfrentaram de ter de apresentar o trabalho a Eisner, conhecido por não gostar muito que sua criação seja tomada por outras mãos.

“O desejo entre muitos artistas e roteiristas de ‘brincar na caixa de areia do Spirit’ foi algo que minou sua (Eisner) resistência. Em 1997, ele decidiu que não tinha nenhum problema deixá-los brincar”, conta Denis Kitchen, responsável pela coletânea especial. “Ele especificamente desencorajou os artistas a tentarem imitar seu estilo, e encorajou os criadores a manterem seu próprio olhar gráfico, porém idiossincrático.”

É interessante observar como uma mesma ideia pode gerar diferentes possibilidades. Enquanto Alan Moore busca ressaltar a origem do herói mascarado e vislumbra o futuro de sua cidade, Neil Gaiman aposta no olhar de um personagem secundário sobre as ações do protagonista. Outro destaque fica por conta da versão bem-humorada e um pouco mais idosa de Spirit pelo roteirista Jim Vance.

A diversidade de traços também chama atenção. Alguns quadros feitos por Dave Gibbons lembram muito a arte da graphic novel Watchmen e caem muito bem com o universo criado na década de 1940. Ilustrações com tom mais moderno e arredondados caracterizam o trabalho de Brent Anderson em O Samovar de Shooshnipoor.

A presença de Eisner na publicação está em seus desenhos chamados de pinups, espécie de quadros do herói. A fascinação por Spirit continua após 70 anos e sua importância será reconhecida para sempre.

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