Os dramas da Segunda Guerra Mundial sempre rendem histórias repletas de carga
emocional. Em um ambiente no qual o mundo talvez tenha vivenciado o
auge da desolação, há muito para se explorar além da ação dos combates.
São com essas possibilidades sentimentais que o escritor australiano
Marcus Zusak lançou em 2005 o romance A Menina Que Roubava Livros, que
não demorou para se transformar em um best-seller mundial.
Claro que o sucesso do livro chamou a atenção de Hollywood e sua versão para as telonas chega hoje às salas brasileiras. O longa-metragem acompanha a vida da pequena
Liesel (Sophie Nélisse), recém-adotada pelo casal Hans (Geoffrey Rush,
sempre competente) e Rosa (Emily Watson). Ela acaba de perder a família
e, com a ajuda do amoroso novo patriarca, descobre a paixão pela
leitura. O universo de palavras e a possibilidade de se jogar em outras
realidades funciona como válvula de escape para que a garotinha esqueça
os problemas que a envolvem, como a falta de comida em casa e a ida de
entes queridos para a guerra.
Mas não só do furto de livros vive o roteiro. Como outros filmes do
gênero, caso da também adaptação O Menino do Pijama Listrado (2008) – e
com o qual parte do público deve comparar o trabalho do diretor Brian Percival (com carreira no comando de séries, entre elas a elogiada Downton Abbey) – a ideia é apresentar os dramas da Segunda Grande Guerra de um ângulo mais humano.
Liesel compreende a importância de Hitler para a Alemanha onde mora, mas
não tem ideia do que uma simples resposta torta para um soldado pode
custar. A chegada de um inesperado visitante à sua residência na calada
da noite aflora seu amor pelo próximo e pelos romances que devora. Neste
conto onde a morte observa tudo, a Rua Paraíso é melancólica. Não
espere sair da sala com lágrimas de alegria. A tristeza carrega o filme
desde o início.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
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