terça-feira, 7 de abril de 2009

Na frente do palco - Avenida Dropsie


Eu não sei vocês, mas eu tenho a mania de ficar reparando nos estereótipos de pessoas no Metro: ‘aquele cara parece um gangster russo’, ‘olha aquele, parece o Silas se fosse alto’, ‘um lutador de boxe dos anos 40’ e por aí vai. Eu imagino que foi algo parecido com isso que Will Eisner fez para escrever e desenhar ‘Avenida Dropsie’ (Devir, 2004).

Tanto a peça como a graphic novel retratam um pequeno bairro americano e seus moradores. Provavelmente cheio de cenas que o próprio Eisner assistiu.



Escrita e dirigida por Felipe Hirsch para a companhia teatral Sutil, em cartaz para a comemoração dos seus 15 anos. Hirsch pesquisou e estudou as obras de Eisner e chegou a Avenida Dropsie no projeto Sketchbook (qualquer semelhança com este blog é mera coincidência, ou não) por ser a obra mais pessoal de Eisner. Não que a peça se atenha a esta obra, trechos de ‘Contrato com Deus’, ‘Outras Histórias de Cortiço’ e ‘Pequenos Milagres’ são reconhecíveis.

A cenógrafa Daniela Thomas nos apresenta uma fachada onde se desenrola toda a ação, nas janelas, degraus, portas e mesmo na rua. As ‘cenas’, se é que podemos chamá-las assim, são pequenos sketches (nada a ver conosco, ou não rs), pensamentos, percepções, histórias que Will Eisner nos conta através das narrações de Gianfrancesco Guarnieri. Que dá um ar mais nostálgico ainda à peça, nos trazendo um toque pessoal da infância do quadrinista do original.



Claro que não é só através da voz do renomado ator que Eisner fala com o público, numa tela transparente em frente ao palco são projetados trechos da obra e em alguns momentos ‘balões de pensamento’ dos atores, fazendo referência clara aos quadrinhos onde se originou a história. Homenagem aos quadrinhos também se nota nos tons pastéis dominantes na peça, já que o original foi criado com o efeito sépia, aquele 'amarelado' de fotos antigas.



Integram o elenco: André Frateschi, Duda Mamberti, Erica Migon, Guilherme Weber, Jorge Emil, Leonardo Medeiros, Magali Biff e Maureen Miranda.

A peça foi elogiada pela crítica nacional e recebeu quatro indicações ao prêmio Shell (um dos mais reconhecidos nacionalmente). Esteve em cartaz até o dia 05 de Abril onde nós do SketchTrash fomos prestigiar (eu pela segunda vez!), agora a peça segue em várias outras localidades do Brasil e exterior.

Este post foi uma colaboração minha e do Yuki.

See you Space Citizen.

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