quinta-feira, 9 de abril de 2009

Show Kiss é o mais performático e completo


Eram fogos de artifício, labaredas, fumaça, Gene voando e cuspindo fogo e sangue. O show mais performático que já vi!

Sim, senhoras e senhores, estou falando do show da banda Kiss, que rolou no Arena Anhembi aqui em São Paulo na terça-feira, dia 7 de abril, depois de 10 anos sem dar as caras por aqui.

O show contou com 37 mil pessoas para fazer barulho junto as músicas da banda e aos fogos de artifício. Essa foi a celebração dos 35 anos da banda e fizeram o show da turnê do álbum Alive, lançado em 1975.


No concerto, a abertura ficou por conta da banda Dr. Sin, que apesar de chegarem com músicas boas e se auto intitularem uma das melhores bandas do Brasil, levantaram o público em uma música apenas, que foi "Futebol, Mulher e Rock'n Roll", aparentemente a única que todo mundo conhece. Uma performance competente, e sabiamente curta.

E entrada de Kiss começou exatamente no horário marcado. Às 9h30, os alto-falantes soltaram um bem-vindo “Won’t Get Fooled Again”, do The Who. Na hora do clássico grito de Pete Townshend, uma cortina gigantesca cobriu o palco. Todos já sabiam que o momento chegara. "You wanted the best, you got the best!" e você sabe o resto. Essa cortina caiu, e Gene Simmons lançou um berro de boa noite, emendando Deuce. Começava um show completo na forma Kiss de ser.



Para quem nunca tinha visto um show do Kiss antes, (e haviam muitos pais levando seus filhotes para ver um pouco de Rock-Espetáculo) é uma experiência única. Performático ao extremo, a banda esteve com a metade da formação original. Paul Stanley e Gene Simons, fundadores da banda, que trouxeram os músicos Tommy Thayer (guitarra) e Eric Singer (bateria). Mas nem por isso o show perdeu a força, e sim ganhou. Eric Singer, baterista que chegou até a gravar a bateria do projeto Avantasia, demonstrou que podia ir muito além da simplicidade musical das músicas do Kiss, assim como Thayer mostrou sua classe solando um pouco de The Who, no meio de "Lick It Up", e até mesmo Beethoven.

Musicalmente, não há do que reclamar. Kiss é simples, curto e grosso. Ninguém espera ouvir solos de guitarra complicadíssimos ou virtuosidade musical. Esperam é erguer o punho junto com 30 mil pessoas enquanto entoam o hino "Rock'n Roll All Nite". Diversão pura. O bom é que houveram algumas improvisações muito bem vindas. Tommy Thauyer com seus solos bacanésimos, e algumas brincadeiras, como por exemplo antes de tocar "Rock and Roll All Nite", Paul Stanley tocou uma palhinha de "Starway to Heaven" do Led zeppelin, levando o público a enlouquecer, antes de Stanley cortar o barato lembrando que estavamos num show do Kiss. A primeira parte do show contou só com clássicos do início da carreira, como "Black Diamond" e "Let me Go, Rock'n Roll". Mesmo sem a formação original, a banda está em boa forma.


Então eles tocaram "Rock'n Roll All Nite". A partir daí a temperatura subiu e a insanidade foi além dos limites. Um combo de canções que todo mundo conhece, sem parar nem desanimar.

Muitos fogos e labaredas. A bateria de Eric Singer flutuando 3 vezes durante o show, uma delas durante seu eficiente solo. Gene Simmons cuspiu fogo depois da música "Hotter than Hell". Um pouco mais tarde, num dos momentos mais memoráveis do show, vomitou seu tradicional sangue, antes de voar até uma plataforma no topo do palco para puxar "I love it loud". Claro que o Paul Stanley não podia ficar de fora, e depois de arrancar odes ao próprio nome da platéia, viaja por um cabo por cima do público até a torre de som no meio da pista para disparar "Love Gun". "Rock and Roll All Nite" teve papel picado sendo espalhado pelos céus do local, papéis que na verdade eram tatuagens com o logo da banda.

Algumas poucas reclamações. O show foi completo com lança chamas e sirenes, mas os telões tiveram problemas durante o concerto. Falhas e chiados na imagem quase tornaram o painel do lado esquerdo do palco inutil. Além da Voz de Paul Stanley, que no começo do show falhava um pouco por causa de problemas técnicos, problema audível mesmo durante a apresentação do Dr. Sin. Sua estranha rouquidão dava a impressão que ele berrou muito no dia anterior. Mas com o aquecimento da voz ele foi melhorando ao percurso do show.

Festa e alegria. A felicidade estava estampada no rosto de todos. O público cantou com toda a força até mesmo "I was made for lonvin' you", canção abominada pelos fãs xiitas. Dançando, explodindo em êxtase, as 37 mil pessoas ao terminar de bradar "Detroit Rock City" receberam um céu cheio de fogos de artifício para comemorar. Na saída, os speakers soltavam a versão Kiss de "God Gave Rock'n Roll to You", e o público não errava um refrão, todos unidos, carregando essa experiência para suas casas. Inesquecível é pouco para essa noite, no meio da semana, em que a banda-empresa realizou o que sabe fazer melhor: um espetáculo headbanger de primeira.

Bom, para vocês terem um gostinhos temos alguns vídeos. Olha só esse de Rock and roll all Nite:


Alguns outros:
I was made for lovin' you
Black Diamond
Love it loud
Love Gun
Fogos no fim do show
Sangue do Gene Simons

A set lista foi essa:
“Deuce”
“Strutter”
“Got To Choose”
“Hotter Than Hell”
“Nothin' To Lose”
“C'mon and Love Me”
“Parasite”
“She”
“Watchin'”
“100,000 Years”
“Cold Gin”
“Let Me Go, Rock 'N' Roll”
“Black Diamond”
“Rock And Roll All Nite”
“Shout It Out Loud”
“Lick It Up”
“I Love It Loud”
“I Was Made For Lovin' You”
“Love Gun”
“Detroit Rock City”

Mega show bombástico e performático. Parabéns aos quase sessentões do Kiss.

Esse post teve contribuição do Silas

Um abraço maluco doido

Nenhum comentário: